quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Chávez diz a Empresas Polar que "Venezuela não é um bordel"


O presidente Hugo Chávez disse nesta quinta-feira, 10 à maior processadora de alimentos e bebidas do país que a "Venezuela não é um bordel", ao reclamar que caminhões da empresa supostamente vendem cerveja em "qualquer esquina" do país.
Segundo o presidente, seu governo "revolucionário" e socialista está pensando em "estudar os impostos à cerveja, aos licores e ao cigarro", sem fornecer mais detalhes.

De acordo com Chávez, o presidente da Polar, Lorenzo Mendoza, "acredita que a Venezuela não é um bordel (...). A Venezuela não é um bordel." O governante fez as declarações em um ato noturno, segundo do dia transmitido em cadeia nacional obrigatória de rádio e televisão.

O chefe de Estado, que há semanas ameaça expropriar a Polar, reiterou a ordem de confiscar qualquer caminhão da empresa que seja pego vendendo cerveja nas ruas dos bairros populares venezuelanos.
Chávez relatou que nesta quinta, durante uma caminhada por bairros no estado litorâneo de Vargas, vizinho de Caracas, viu um caminhão com cervejas da Polar estacionado em um das ruas pelas quais passou.

"Não vi nada de raro, o caminhão estava parado, mas não pode ser que haja caminhões vendendo cerveja esquina por esquina. Até quando tanta baixeza moral, vamos limpar nosso país", incitou o líder venezuelano.
Chávez reiterou que por trás de todos esses vícios, como o consumo de álcool, de tabaco e de drogas, "está a burguesia", a qual inclusive haveria "ordenado a repartição de drogas em todos os bairros" e até as deu para criar um mercado de viciados. "Que maldição tão grande é o capitalismo", disse Chávez.

O presidente voltou a afirmar que as Empresas Polar são abastecidas em grande parte pelo milho produzido por empresas estatais, e dependem da "revolução" que lidera há 11 anos.

A Polar disse em um comunicado divulgado nesta semana que tinha "confiança" em que o Estado, por meio da corporação CASA, mantenha os níveis de fornecimento de milho que a "permitam continuar trabalhando à máxima capacidade instalada para poder garantir a produção e distribuição" de suas marcas.

O governo Chávez ordenou em março a expropriação de alguns armazéns da Polar, situados na zona industrial I de Barquisimeto, para construir em seu lugar casas populares.
Representantes da empresa qualificaram a medida como "arbitrária, desnecessária e injusta", e recorreram ao Supremo para tentar sua anulação.

As Empresas Polar, de capital completamente venezuelano, operam há 70 anos, têm 30 usinas industriais, mais de 150.000 pontos de venda, e geram cerca de 30.000 empregos diretos e 180.000 indiretos, segundo dados da companhia.

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