quinta-feira, 5 de maio de 2011

Portugal ainda é a maior fonte de receitas da Unicer

Os portugueses estão a beber menos cerveja (em 2010 o consumo caiu três por cento, segundo a Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja), mas a Unicer responde às quebras com produtos mais caros e diferenciados.

A Super Bock Classic foi apresentada ontem em Lisboa como prova desta estratégia. O investimento de cinco milhões de euros será 90 por cento canalizado para a comunicação do produto, cuja fórmula foi desenvolvida ao longo do último um ano.

A Unicer espera vender quatro milhões de litros no primeiro ano de comercialização e atingir vendas de seis milhões de euros até ao final de 2011. A expectativa é conseguir uma quota de mercado de 2,3 por cento.

"Talvez se esperasse que optássemos por ter propostas ao consumidor indiferenciadas, onde o único critério de vender é o preço. Seguimos a estratégia inversa", disse António Pires de Lima, presidente da cervejeira.

Referindo-se à concorrência - disputa o mercado lado a lado com a Sociedade Central de Cervejas, dona da Sagres -, Pires de Lima disse não fazer "competição infantil para ver quem lançou mais inovação do mercado". "Só o tempo é o verdadeiro teste ácido da inovação", afirmou.

A nova cerveja destina-se a um con- sumidor frequente e apreciador, e só será vendida nos mercados estrangeiros em 2012. De acordo com Rui Freire, administrador executivo para a área do marketing, a Classic foi desenvolvida a pensar no consumidor português e "não é um produto médio", que potencialmente agrade a todos os mercados.

Portugal ainda é a maior fonte de receitas da cervejeira, mas o crescimento global do grupo tem sido conseguido através das exportações. Em 2010, as vendas líquidas chegaram aos 500 milhões de euros, mais três por cento do que no ano anterior. Angola representou 16,4 por cento do total das receitas do grupo, cerca de 82 milhões de euros, um valor 18 por cento superior ao de 2009. Contas feitas, fora de portas a Unicer vendeu 190 milhões de litros e exportou cerca de 40 por cento da cerveja que produziu. A intenção é duplicar a facturação para mil milhões de euros nesta década.

Questionado sobre a construção de uma unidade de produção em Angola, anunciada há vários anos, António Pires de Lima admitiu que tem pena do impasse a que o projecto chegou. Os sócios da fábrica (51 por cento angolanos) não chegaram a um consenso sobre o modelo de financiamento, que exige a injecção de capitais próprios. "Já deixei de apontar prazos."

Fonte: Público.pt

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